Publicado às 21h15
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Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão |
Decisão
é do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e prevê mudança no comando da CBF;
Fernando Sarney é nomeado interventor
A
Justiça voltou a afastar Ednaldo Rodrigues da presidência da Confederação
Brasileira de Futebol (CBF) nesta quinta-feira, 15. A decisão foi proferida
pelo desembargador Gabriel de Oliveira Zefiro, do Tribunal de Justiça do Rio de
Janeiro (TJ-RJ), que destituiu o dirigente e nomeou o vice-presidente Fernando
Sarney como interventor.
A
medida faz parte de uma investigação que apura a possível falsificação da
assinatura do ex-presidente interino Antônio Carlos Nunes de Lima, o Coronel
Nunes, em um acordo homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o qual
permitiu que Ednaldo permanecesse no cargo.
"Declaro
nulo o acordo firmado entre as partes, homologado outrora pela Corte Superior,
em razão da incapacidade mental e da possível falsificação da assinatura de um
dos signatários, Antônio Carlos Nunes de Lima, conhecido como Coronel
Nunes", justificou o magistrado.
Veja a
decisão:
Pelo
exposto, determino: 1- o afastamento da atual diretoria da CBF; 2- que o
Vice-Presidente da CBF, Fernando José Sarney, realize a eleição para os cargos
diretivos da CBF, na qualidade de interventor, o mais rápido possível,
obedecendo-se os prazos estatutários, ficando a seu cargo, até a posse da
diretoria eleita, os poderes inerentes à administração da instituição,
dispostos no art.7º do Estatuto da Entidade; 3- Esta decisão servirá como
mandado de intimação;
Ainda
na decisão desta quinta, Zefiro apontou Sarney como interventor e determinou a
realização de novas eleições para os cargos diretivos da CBF 'o mais rápido
possível'. Até lá, o vice-presidente mantém os poderes administrativos da
entidade.
Sarney,
inclusive, é responsável por mover uma petição ao STF para que o acordo fosse
suspenso, sob a alegação de falsificação na assinatura de Coronel
Nunes, que já formalizou laudos que indicavam déficit cognitivo e assinou
uma procuração em que abria mão do gerenciamento de suas finanças.
Relator
da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), o ministro decano Gilmar Mendes
negou, a princípio, o afastamento de Ednaldo Rodrigues do cargo, mas
determinou que as alegações fossem investigadas pelo TJ-RJ no dia 7 de maio,
ocasião em que o caso foi devolvido à Justiça fluminense.
"Não
há que se falar em reconsideração da decisão cautelar, uma vez que ela já
esgotou os efeitos e não mais vigora, dada a insubsistência dos requisitos
fáticos e jurídicos que outrora legitimaram o seu provimento", rechaçou o
ministro do STF.
Por
outro lado, Mendes determinou a 'apuração imediata e urgente' das
denúncias de suposta fraude na assinatura de um signatário no acordo homologado
no STF que extingiu o mérito e garantiu a permanência de Ednaldo no comando da
confederação.
Para
tal, o ministro ponderou que as petições enviadas ao STF 'trazem notícias e
graves suspeitas de vícios de consentimento, capazes de macular' o acordo
homologado. Por isso, determinou que as acusações deverão ser analisadas no
âmbito da Ação Civil Pública (ACP) que originou o acordo, movidas no Tribunal
de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.
Foi
então que o desembargador do TJ-RJ pediu para ouvir Coronel Nunes na última
segunda-feira, 12, mas o advogado do ex-presidente afirmou que ele não
compareceria por motivos de saúde. A audiência foi cancelada e, quatro dias
depois, Zefiro determinou o afastamento de Ednaldo.
Essa é
a segunda vez que o TJ-RJ destitui Ednaldo Rodrigues da presidência da
confederação, sendo a primeira em dezembro de 2023. À época, o dirigente foi
restituído ao cargo por decisão do próprio Gilmar Mendes, do STF.
* Com informações do Terra / Esportes
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