Publicado em 25/09/2023 às 11h56
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Estudos clínicos mostraram que
51% dos pacientes com diabetes tipo 2 que utilizaram Mounjaro 15 mg alcançaram
níveis de açúcar no sangue (HbA1c) inferiores a 5,7%, valores encontrados em
pessoas sem diabetes.
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Na avaliação dos objetivos
secundários do estudo, pacientes com diabetes tipo 2 que utilizaram Mounjaro 15
mg perderam, em média, cerca de 12,4kg, duas vezes mais que os que usaram
semaglutida 1mg.
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Produzido pela farmacêutica Eli Lilly,
Mounjaro é a primeira e única molécula de uma nova classe de medicamentos que
atua nos receptores GIP e GLP-1 aprovada para o tratamento do diabetes tipo 2,
ajudando no controle da taxa de açúcar no sangue e do peso corporal.
A Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta segunda-feira, 25/09, Mounjaro
(tirzepatida), da farmacêutica Eli Lilly, um medicamento injetável semanal para
melhorar o controle da taxa de açúcar no sangue de pacientes adultos com
diabetes tipo 2 como adjuvante à dieta e exercícios, que representa uma nova
classe terapêutica para tratamento da doença, sendo a primeira e única
medicação disponível e aprovada capaz de atuar nos receptores dos dois
hormônios incretínicos, o GIP (polipeptídeo insulinotrópico dependente de
glicose) e o GLP-1 (peptídeo 1 semelhante ao glucagon). Os estudos clínicos de
Mounjaro® em pacientes com diabetes tipo 2 apresentaram resultados sem
precedentes na redução dos níveis de açúcar no sangue e na redução de peso,
fatores determinantes para o sucesso do tratamento da doença.
GIP e GLP-1 são hormônios responsáveis pelo efeito
incretina que são secretados pelo intestino em resposta aos nutrientes e atuam
melhorando a liberação de insulina após uma refeição. Sabe-se que pacientes com
diabetes tipo 2 têm uma diminuição nesse efeito. Em modelos pré-clínicos, o GIP
é responsável por dois terços do efeito incretina e, além de contribuir para a
secreção de insulina, contribui para a redução da ingestão de alimentos e para
o aumento do gasto energético, resultando em reduções de peso e, quando
combinado com o GLP-1, pode resultar em maiores efeitos no controle da glicose
no sangue e na redução do peso corporal.
“A aprovação regulatória de tirzepatida no
Brasil representa um importante marco no tratamento do diabetes tipo 2 e impactará
a forma como a doença é tratada hoje”, afirma Dr. Bruno Halpern,
especialista em Clínica Médica, Endocrinologia e Metabologia pelo Hospital das
Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP, e um dos pesquisadores do
estudo. “Além de ser a medicação com maior potência glicêmica já aprovada
até hoje, ele conseguiu alcançar, na média, que indivíduos tivessem um controle
glicêmico semelhantes ao de pessoas sem diabetes”.
“A Lilly revolucionou o tratamento do diabetes em vários
momentos da história como quando disponibilizou a primeira insulina em larga
escala no mundo em 1923 e na introdução da insulina humana em 1982, que foi o
primeiro medicamento biológico feito a partir de DNA recombinante”, destacou
Luiz Magno, Diretor Sênior da Área Médica da Lilly Brasil. “Hoje, estamos
orgulhos em trazer mais uma inovação que vai ajudar os pacientes com diabetes
tipo 2 a ter uma vida melhor”.
Estudos clínicos mostraram que Mounjaro®
apresentou resultados sem precedentes na redução da taxa de açúcar no sangue
(HbA1c) e maior perda de peso nos pacientes com diabetes tipo 22
A aprovação de Mounjaro foi baseada nos resultados do
programa SURPASS, um conjunto de 10 estudos clínicos de fase 3 que recrutou
mais de 19 mil pacientes com diabetes tipo 2 em todo o mundo, incluindo o
Brasil, com a participação de cerca de 1500 pacientes, mais de 50 médicos
investigadores envolvidos, em 65 centros de estudo, em 24 cidades2.
No SURPASS-2, o maior estudo do programa, com duração de 40
semanas e que recrutou cerca de 1900 pacientes adultos com diabetes tipo 2, a
eficácia e segurança de Mounjaro em pacientes adultos com diabetes tipo 2 foram
comparadas a da semaglutida 1mg. No início do estudo, os pacientes tinham, em
média, diabetes por 8,6 anos, taxa de açúcar no sangue em 8,28% e peso corporal
de 93,7kg. Mounjaro foi superior à semaglutida no controle glicêmico e na perda
de peso em todas as doses estudadas (5mg, 10mg e 15mg).
Os resultados deste estudo foram apresentados no American
Diabetes Association (ADA) 2022 e mostraram que 51% dos pacientes que
utilizaram Mounjaro 15 mg alcançaram níveis de açúcar no sangue (HbA1c)
inferiores a 5,7%, índice encontrado em pessoas sem diabetes, enquanto 20%
atingiram esse resultado com semaglutida. Além disso, 92% dos que usaram
Mounjaro 15mg alcançaram níveis menores que 7%, valor de índice glicêmico
(HbA1c) recomendado pelas diretrizes médicas para o controle adequado da doença
em pacientes com diabetes tipo 2. Além disso, os pacientes que utilizaram
Mounjaro® 15mg perderam 12,4 quilos, o dobro da perda de peso apresentada por
semaglutida.
Em uma análise exploratória do mesmo estudo, Mounjaro
também demonstrou mais rapidez para proporcionar resultados para os pacientes.
Participantes do estudo utilizando qualquer dose de Mounjaro alcançaram a meta
de índice glicêmico abaixo de 7% em apenas oito semanas, quatro semanas mais
rápido que semaglutida. No mesmo estudo, pacientes utilizando Mounjaro (10mg e
15mg) alcançaram a meta de atingir pelo menos 5% de redução de peso em doze
semanas, enquanto pacientes utilizando semaglutida levaram 24 semanas. Mesmo na
dose mais baixa de Mounjaro (5mg), pacientes levaram 16 semanas para atingir
esta meta. 6,7 O perfil de segurança geral de Mounjaro foi semelhante à bem
estabelecida classe de agonistas do receptor do GLP-1. Em todos os braços de
tratamento, os eventos adversos mais comumente relatados foram relacionados ao
trato gastrointestinal.
Há mais de 30 anos atendendo pacientes com diabetes e
atuando em importantes estudos clínicos referentes ao tratamento da doença, a
endocrinologista Dra. Denise Reis Franco, membro da Sociedade Brasileira de
Endocrinologia e Metabologia – Regional São Paulo (SBEM-SP), e pesquisadora do
programa de estudos de Mounjaro, reforça que a eficácia no controle glicêmico
aliada aos benefícios em relação ao controle de peso no tratamento impactam
diretamente a qualidade de vida dos pacientes com diabetes tipo 2.
“Tirzepatida é um novo aliado importante para
os médicos e pacientes e pode mudar a forma como tratamos o diabetes tipo 2.
Estamos falando em um medicamento que possibilita que o paciente atinja metas
glicêmicas semelhante à de uma pessoa que não tem diabetes e que ajuda a
controlar o peso aliado à dieta e exercício. Com isso, a melhora na qualidade
de vida é excepcional – em todos os sentidos.”
destaca a Dra.
A importância do controle do peso no tratamento
do diabetes tipo 2
De acordo com a edição 2021 do Atlas do diabetes, da
International Diabetes Federation, o Brasil é o sexto país com maior número de
pessoas com diabetes no mundo, cerca de 15,6 milhões, podendo chegar a 23,2
milhões em 2045. Hoje, sabe-se que 90% dos pacientes diagnosticados com
diabetes tipo 2 possuem sobrepeso ou obesidade. Isso acontece porque o
sobrepeso ou obesidade podem levar seu corpo a ter dificuldades em utilizar a
insulina produzida por ele e, por consequência, em regular o açúcar no sangue.
"A obesidade é uma doença crônica que
afeta a saúde e a qualidade de vida da população mundial, e o excesso de peso é
o principal fator de risco modificável que leva ao diabetes tipo 2. Assim,
medicações que tenham efeito no peso, em pacientes com diabetes tipo 2, como é
o caso da tirzepatida, agregam ainda mais no tratamento, ajudando no controle
não só da glicemia, mas de todas as outras complicações que o excesso de peso traz
nesses indivíduos”, enfatiza Dr. Bruno Halpern.
É por isso que nos últimos anos as instituições que atuam
na área do diabetes, a própria ADA e a Associação Europeia para Estudos do
Diabetes (EASD), têm incorporado em suas diretrizes de tratamento a preferência
por utilizar medicamentos que agem na redução dos níveis de açúcar no sangue e
também proporcionam perda de peso12.
Mounjaro® é um medicamento injetável de uso semanal
aprovado para o tratamento de pacientes adultos com diabetes tipo 2 em adição à
dieta e atividade física. Após a aprovação regulatória, o medicamento passará
pelo processo de precificação junto a CMED - Câmara de Regulação do Mercado de
Medicamentos - antes de ser liberado para comercialização.
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