Publicado às 23h42
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Fachada Ministério da Sáude. Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil |
Hospitais filantrópicos no Rio de Janeiro terão aumento na remuneração por serviços prestados
A
estratégia nacional, que custará R$ 1 bilhão ao Ministério da Saúde,
beneficiará 28 hospitais filantrópicos em 20 municípios do estado com um
reforço financeiro significativo
No Rio de Janeiro, 28 hospitais
filantrópicos localizados em 20 municípios serão beneficiados com um aumento na
remuneração para serviços prestados por entidades filantrópicas e sem fins
lucrativos. A mudança é resultado da Lei 14.820/2024 e faz parte do Programa
Mais Acesso a Especialistas (PMAE). Um total de R$ 1 bilhão será destinado
para ampliar a coparticipação federal no custeio da atenção especializada. No
ano passado, o estado realizou 15,8 milhões de procedimentos hospitalares e
ambulatoriais no setor filantrópico, que custaram mais de R$ 696 milhões. A
iniciativa foi anunciada na última quinta-feira (15) durante a participação da
ministra da Saúde, Nísia Trindade, no 32º Congresso Nacional das Santas Casas
de Misericórdia e Hospitais Filantrópicos, em Brasília.
No evento, a ministra reforçou
a importância da parceria entre o governo federal e os hospitais filantrópicos,
que contribuem no amplo acesso da população aos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). “Estamos sempre de portas
abertas para todas as federações e estados. Tenho a convicção de que o SUS
fortalecido significa o setor de Santas Casas e hospitais filantrópicos
fortalecido em benefício do nosso país”, afirmou.
“A ideia é que também possamos
atuar na modernização dos sistemas de informação, na integração de prontuários
eletrônicos, atendendo a diretriz do SUS digital. Portanto, em todas essas
ações vocês [Santas Casas e hospitais] são muito importantes”, acrescentou.
O repasse terá dois
componentes, sendo um deles a aplicação de 3,5% sobre o valor anual da produção
assistencial dos estabelecimentos beneficentes em 2023, totalizando R$ 593
milhões, de forma proporcional ao percentual de sua representatividade nos atendimentos
registrados.
Já o segundo prevê o reajuste
dos valores de procedimentos na Tabela SUS para cirurgia vascular, oncológica,
ortopédica e otorrinolaringológica, em conformidade com o PMAE. Com a medida,
as especialidades terão um aumento médio de 321,1%, incluindo a correção de
valores das Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPME). Este componente
totalizará um montante de R$ 406,9 milhões.
Com o novo repasse, além do
Mais Acesso a Especialistas, os hospitais filantrópicos passarão a desempenhar
um papel maior na Política Nacional de Atenção Especializada (PNAES) e no Programa
Nacional de Redução de Filas (PNRF). Assim, será possível reduzir o tempo
de espera para exames, consultas e cirurgias e implementar linhas de cuidado em
políticas prioritárias, como saúde mental, câncer, atenção hospitalar e rede
materno-infantil.
Mais atendimentos
As entidades filantrópicas
desempenham papel fundamental no acesso à saúde da população brasileira e na
oferta de serviços especializados no SUS, atuando no enfrentamento das
desigualdades sociais, na promoção de políticas de direitos humanos e na luta contra
a fome e a desnutrição, além da valorização dos profissionais da saúde.
De acordo com dados da Secretaria
de Atenção Especializada à Saúde (Saes), 1.016 municípios brasileiros são
assistidos exclusivamente por hospitais filantrópicos. Em todo o país, existem
mais de 3,3 mil estabelecimentos de saúde sem fins lucrativos. Destes, 1,6 mil
prestam serviços ao SUS, representando 34% do número total, e 115 atendem 100%
o SUS, os quais receberam mais de R$ 175 milhões de incentivos no ano
passado.
Entre janeiro de 2023 e maio
de 2024, mais de 7,8 milhões de pessoas receberam atendimento hospitalar e mais
de 516,6 milhões receberam atendimento ambulatorial nas unidades beneficentes
do país. O custeio dessas assistências pelo Ministério da Saúde, durante o
mesmo período, foi de mais de R$ 14,7 bilhões no âmbito hospitalar e R$ 11,5
bilhões no ambulatorial.
Ainda este ano, foram
aprovadas 159 propostas de entidades privadas beneficentes para aquisição de
unidades móveis de saúde e de equipamento e material para unidades de atenção
especializada em saúde. O investimento previsto é de R$ 290,7 milhões.
Apoio no RS
O setor representou um
importante ponto de apoio ao SUS durante a crise vivida no Rio Grande do Sul.
Para recompor a rede de saúde após as enchentes, a pasta destinou R$ 143,7 milhões para os
hospitais filantrópicos, que representam 72% do total de leitos SUS no estado.
Todos os 217 estabelecimentos privados sem fins lucrativos foram
beneficiados.
Fonte: Ministério da Saúde
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