Publicado às 17h09
Resíduos orgânicos gerados no Porto são comportados, e o adubo produzido é aplicado na restauração da restinga do entorno, em substituição ao uso de fertilizantes convencionais
Na Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima,
a COP-28, em Dubai, o presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira,
lançou a publicação Bioeconomia, Natureza e Negócios, que apresenta as
oportunidades econômicas de utilização da biodiversidade pelas empresas de
maneira sustentável e responsável. Ao mostrar 15 casos bem-sucedidos de
empreendimentos sediados no território fluminense que aplicam diretamente a
bioeconomia em seus modelos de negócios – um deles do Porto do Açu, no Norte
Fluminense –, o estudo também ressalta o quanto a prática já é parte da
realidade empresarial do Rio de Janeiro.
“A bioeconomia é uma das soluções que, além de ser
essencial para o planeta, nos dá a oportunidade de colocarmos o Brasil na
liderança desse movimento, em uma posição de destaque no contexto
internacional. Somos fortes candidatos a sermos uma biopotência, mas não temos
mais tempo para hesitações", defendeu Eduardo.
Isaac Plachta, presidente do Conselho Empresarial de Meio
Ambiente da Firjan, explica que a bioeconomia está fortemente relacionada à
economia circular, à transição energética e ao combate às mudanças climáticas,
o que contribui fortemente com a transição para uma economia de baixo carbono.
"O futuro dos negócios exige uma mudança de mentalidade. Ética, ESG e
biodiversidade estão entrelaçadas, demonstrando que gerar valor financeiro pode
coexistir com a preservação da natureza e bem-estar humano.", analisou.
“Um dos objetivos deste documento é mostrar que o Rio de
Janeiro é um estado cuja base industrial já utiliza de boas práticas que
relacionam a bioeconomia à geração de riquezas. Essa é uma pauta de negócios
atual, não de futuro, pois toda vez que temos alteração na biodiversidade há um
efeito potencial na produção de matérias-primas, na provisão de água, na
relação com comunidades tradicionais, na produção de alimentos. A questão não é
apenas econômica, mas do uso adequado, sustentável e racional dos recursos
naturais”, afirma Jorge Peron Mendes, gerente de Sustentabilidade da Firjan.
Porto do Açu em destaque
O projeto de economia circular dos resíduos orgânicos gerados nas operações do Porto do Açu, até então encaminhados para aterro sanitário, passaram a ser compostados e, o adubo produzido, aplicado na restauração da restinga do entorno, em substituição ao uso de fertilizantes convencionais. Além de eliminar o descarte de resíduos orgânicos em aterros sanitários, o projeto também contribui para enfrentar outro grande desafio ambiental do país, a conservação de seus remanescentes florestais de restinga na área da Reserva Particular do Patrimônio Natural - Reserva Caruara. O projeto demonstra a liderança em promover o gerenciamento sustentável de resíduos, criando oportunidades de economia de recursos para os demais empreendimentos do complexo portuário, visando a um aumento do desempenho ESG.
Para a Firjan, bioeconomia é uma abordagem econômica sustentável, voltada aos diferentes setores e centrada no uso de recursos, processos ou tecnologias de base biológica. Em 2015, a Firjan já havia lançado um primeiro documento sobre biodiversidade e negócios, enfatizando a necessidade do uso adequado e racional de recursos naturais. O tema se fortaleceu na pauta da federação até pelas condições físicas do estado do Rio de Janeiro, que tem a maior parte remanescente da Mata Atlântica – dentro do país cujo extenso território abriga a maior diversidade biológica do planeta, com 15% a 20% das espécies do mundo, o que aponta uma vocação para a bioindústria, informa a publicação.
“Por mais que o Rio de Janeiro pareça estar distante de ações que envolvam a conservação da natureza, nossa indústria já vem trabalhando com boas práticas relacionadas ao tema. A bioeconomia está mais relacionada com a vida cotidiana do que imaginamos, por isso trouxemos uma seleção de empresas de diferentes portes que investem em produção sustentável, comprovando que a bioeconomia é aplicável a qualquer tamanho de empresa e a modelos de negócio diversos, tanto da iniciativa privada quanto do setor público”, acrescenta Peron.
Clique aqui e acesse a publicação Bioeconomia, Natureza e Negócios.
Fonte: Ascom / Firjan
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