Publicado em 05/06/2023 às 21h41
Entenda a
importância do exame realizado nos primeiros dias de vida, que pode identificar
até 50 enfermidades
Em 6 de
junho é celebrado o Dia Nacional do Teste do Pezinho, exame que permite
identificar doenças graves no recém-nascido. De acordo com o Ministério da
Saúde, cerca de 2,4 milhões de testes do pezinho são realizados anualmente no
sistema público e mais de 80% dos bebês recém-nascidos são submetidos ao exame
no país. Diante das campanhas e ações colocadas em prática nos últimos dois
anos, as expectativas para 2023 são as melhores, incluindo um aumento de testes
realizados.
O Teste do
Pezinho é feito a partir de gotas de sangue coletadas no calcanhar do bebê e é
essencial para ajudar na identificação de patologias como o hipotireoidismo
congênito, quando a glândula tireoide do recém-nascido não é capaz de produzir
quantidades adequadas de hormônios; a fenilcetonúria, que é uma doença
relacionada ao metabolismo; e as hemoglobinopatias, que são doenças que afetam
o sangue, como o traço falcêmico e doença falciforme.
“É um
direito de todas as crianças e extremamente importante que o teste seja
realizado nos primeiros dias de vida do bebê. Com grande precisão na
probabilidade, o exame faz uma triagem de doenças metabólicas, genéticas e
infecciosas, que podem causar sequelas por toda a vida”, explica o médico
pediatra neonatologista e professor do curso de Medicina da Uniderp, Walter
Peres da Silva. “O recém-nascido que apresentar resultado positivo na triagem
neonatal deverá fazer exames específicos para confirmação do diagnóstico”,
complementa.
O exame pode
ser realizado entre o segundo e quinto dia de nascimento. De acordo com Walter,
não é recomendada a realização antes das 48 horas de vida. “Algumas alterações
hormonais e metabólicas só atingem o equilíbrio após esse período. O prazo
máximo deve ser respeitado para que o diagnóstico seja feito rapidamente e não
haja prejuízos à saúde do bebê no caso de tratamentos específicos”, avisa. Com
o resultado em mãos, o Teste do Pezinho poderá ser apresentado na primeira
consulta com o pediatra, geralmente, nos primeiros 15 dias de vida.
Ampliação
das doenças rastreadas
Em 2022, foi
sancionada a lei nº 14.154, que amplia para 14 o grupo de doenças rastreadas
pelo exame, podendo identificar até 53 enfermidades. A implementação será feita
em cinco fases, de forma escalonada e será regulada pelo Ministério da Saúde.
“A ampliação desse rastreamento vai acelerar o diagnóstico de doenças raras”,
destaca o médico neonatologista.
As etapas
vão abranger na primeira fase a detecção de excesso de fenilalanina e de
patologias relacionadas à hemoglobina (hemoglobinopatias), além do diagnóstico
para toxoplasmose congênita. Doenças como galactosemias, aminoacidopatias,
distúrbios do ciclo da ureia e distúrbios da beta oxidação dos ácidos graxos
serão analisadas em uma segunda etapa do plano. Exames para doenças
lisossômicas, testagem para imunodeficiências primárias e diagnóstico para
atrofia muscular espinhal serão contemplados nas etapas seguintes.
Camila Crepaldi / cogna.com.br
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