LIESA suspende desfiles do carnaval 2018 em resposta ao anúncio de corte do prefeito Crivella

Sambódromo do Rio, foto: Osvaldo Rove.


Após o anúncio do corte de 50% nos recursos de subvenção anunciados pelo prefeito do Rio, Marcelo Crivella, na última segunda (12). A LIESA anunciou ontem (14), suspensão dos desfiles em 2018.

Redução de subvenção da prefeitura inviabiliza o carnaval 2018, diz Jorge Castanheira, presidente da Liesa.


Texto abaixo de  GISELLE OUCHANA  / O Globo


Os presidentes das escolas de samba do Grupo Especial, em reunião na sede da Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa), concluíram que a redução da subvenção da prefeitura às agremiações inviabiliza o carnaval do ano que vem.



- É muito angustiante. Vamos aguardar uma audiência com a prefeitura para tentar encontrar outra saída. Mas se o prefeito não voltar atrás, a apresentação fica inviabilizada - disse o presidente da Liesa, Jorge Castanheira, acrescentando: - O carnaval traz muita receita para a cidade, é um investimento para a prefeitura. Entendemos as dificuldades que o prefeito tem para administrar, mas ele também tem que compreender que o carnaval é o maior ativo cultural do Rio.

Após o anúncio de que o prefeito Marcelo Crivella pretende cortar à metade a subvenção distribuída às escolas do Grupo Especial, pelo menos cinco das 13 agremiações da elite do carnaval — União da Ilha, Mocidade, São Clemente, Mangueira e Unidos da Tijuca — ameaçaram ficar longe da Marquês de Sapucaí em 2018. Representantes do setor turístico e das escolas argumentam que o investimento do município no maior evento da cidade incrementa a economia do Rio. A festa, segundo cálculos da Riotur, movimenta R$ 3 bilhões no período, aumentando a arrecadação de impostos.

O prefeito Marcelo Crivella disse, na segunda-feira, que planeja cortar pela metade a subvenção concedida às escolas de samba do Grupo Especial a partir do carnaval de 2018. Os recursos das escolas seriam remanejados para dobrar as diárias pagas por criança às creches privadas conveniadas com a prefeitura.

Nos dois últimos anos (2016-2017), cada escola do Grupo Especial recebeu R$ 2 milhões da prefeitura. Com o corte, esse valor passaria para R$ 1 milhão por agremiação, que corresponde ao que cada escola recebeu há dez anos, em 2008. O prefeito argumentou que precisa dos recursos, e que o corte não iria interferir tanto no evento se os sambistas forem valorizados.




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