Publicado em 18/10/2022 às 21h57
Cafeicultura fluminense registra aumento de 36% neste ano,
com mais de 18 mil toneladas de grãos ensacados. O montante bruto
comercializado chega a mais de R$ 345 milhões da safra atual
A produção cafeeira no estado do Rio de Janeiro registrou
aumento de 127% no faturamento para
os produtores do setor e desponta como um dos segmentos do ramo de alimentos
que mais se desenvolve atualmente. Somente este ano foram aproximadamente 18 mil toneladas de grãos ensacados, um
aumento de 36% em relação a 2021, quando foram contabilizadas pouco mais de 13
mil toneladas.
- O Rio de Janeiro voltou a produzir e isso nos enche de
orgulho. A cultura do café é uma dessas atividades, que vem gerando emprego,
renda e movimentando a economia, em especial no interior. E é para esse
produtor que estamos olhando, criando linhas especiais de crédito, melhorando
as estradas para escoar a produção, tirando do papel projetos de infraestrutura
que permitam que o setor cresça e ajude o estado a continuar avançando -
comemora o governador Cláudio Castro (PL-RJ).
A família Rodolphi, do Sítio Vai e Volta em Varre-Sai, na Região Noroeste, é uma das produtoras de cafés especiais que
contribui para o crescimento e o sucesso do setor no estado. Depois de muito
estudo, dedicação e o apoio do governo, em 2020 o sítio aprimorou o cultivo e
colheu premiados frutos.
- A colheita em 2020 foi farta e os resultados foram
maravilhosos, alcançamos nosso primeiro lote de café com 87,5 pontos na tabela
SCA e também os dois primeiros lugares no Concurso de Cafés Especiais do Estado
do Rio De Janeiro, além do terceiro lugar no mesmo prêmio. Isso foi para todos
nós uma grande alegria e, para mim, um incentivo. O cultivo de cafés especiais
do Vai e Volta é feito por muitas mãos e todas elas são essenciais para um bom resultado
final – contou Alyne Chryslla de Almeida Rodolphi, proprietária do sítio.
Embora o Rio de Janeiro seja uma das menores áreas de
produção do País, 10,5 mil hectares em 2022, segundo a Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab), os índices de produtividade colocam o estado entre os
maiores produtores de café no País.
- Tivemos aumento de mais de 127% no preço da saca de café;
no ano passado o estado faturou o montante de R$ 151 milhões e em 2022 foi
melhor ainda: cerca de R$ 345 milhões que ainda estão sendo contabilizados. A
produção de sacas registrou aumento de 36%, sendo que em 2021 produzimos 13.351
toneladas e neste ano contamos 18.128 toneladas de grãos ensacados - detalhou o
gerente regional de café da Emater-Rio, Gustavo Polido.
Polido explica que, tratando-se da cafeicultura um fator é
preponderante: a bienalidade, o que alterna os anos com alta produção e baixa
na colheita.
- Considerando a bienalidade do café, em que um ano ele
floresce mais e no outro a produção decresce, neste ano tivemos alta
produtividade em diversos pontos se compararmos com 2021. Até o momento, são
poucos os produtores que restam para acabar a colheita da safra, então está
praticamente fechado - completou o gerente.
A Emater-Rio é a Empresa de Assistência Técnica e Extensão
Rural, vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária, Pesca e
Abastecimento (Seappa), uma das responsáveis por estimular e organizar os
agricultores familiares de acordo com cada cultura agrícola, considerando as
potencialidades naturais de cada região. No Rio, o café é a segunda cultura do
estado com maior número de produtores e está mais concentrada na região
Noroeste, com 80% da produção. Em seguida, estão as regiões Serrana, com 18%, o
Vale do Café, no Sul, com 1% e as regiões Centro e Norte também com 1%.
- Este perfil reforça a importância de eventos sazonais e
temáticos que explorem a qualidade da produção e o maior interesse de
produtores em todas as regiões fluminenses. Entre os principais exemplos está o
Dia de Campo, um dos eventos recorrentes no portfólio dos extensionistas da
Emater-Rio para conectar conhecimentos, ofertar orientações, tecnologias
atualizadas e atendimento técnico aos agricultores. Essas ações estimulam o
turismo e movimentam a economia, gerando renda e emprego - explica Polido.
Programas
de incentivo
O café foi um dos sete itens incluídos na cesta de
alimentos da agricultura familiar para a merenda das escolas municipais e
estaduais neste ano. A ação é fruto de alguns projetos, entre eles o Programa
Especial de Fomento Agropecuário e Tecnológico (Agrofundo), de crédito rural, o
Programa Nacional da Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa Alimenta Brasil
(PAB). A ideia é facilitar o acesso à mercados institucionais, melhorar o
escoamento das produções, promovendo segurança alimentar e nutricional às
comunidades rurais.
Somente este ano, as famílias produtoras já foram
beneficiadas com mais de R$ 2,2 milhões nas chamadas públicas para a compra das
cestas. Além disso, é preciso seguir promovendo eventos e ações para coletar e
compartilhar boas práticas de manejo agroecológico dos cafés especiais e
gourmet, conforme recomenda o supervisor regional da Emater-Rio, Matias Rocha.
- A região que faz fronteira com o Espírito Santo é mais
avançada em determinados pontos da cadeia produtiva, especialmente na região de
Caparaó, o que reflete na qualidade do plantio. Eles ganham concursos com
frequência, várias vezes com o título de melhor café do Brasil. Então, é muito
oportuno para nós estarmos próximos e alinhados com as equipes da Emater de
outros estados para podermos estreitar a comunicação entre os técnicos e
compartilhar tecnologias avançadas e bem-sucedidas de manejo - concluiu.
Fonte: Assessoria de Comunicação - Emater-Rio | Secretaria
de Estado de Agricultura, Pesca, Pecuária e Abastecimento.
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