Publicado em 15/09/2022 às 14h00
Mapeamento apresentado no Conselho de Agronegócios da Firjan
identificou potencial de plantio de eucaliptos em 263 mil hectares
Para além das perspectivas de projetos de energia renovável,
o Porto do Açu poderá receber uma série de investimentos nos próximos cinco
anos no setor de silvicultura e indústria florestal. As informações foram
prestadas ao Conselho de Agronegócio, Alimentos e Bebidas da Firjan (CEAAB), no
qual representantes do Porto apresentaram um estudo desenvolvido pela Embrapa
que aponta um potencial de plantio de florestas em 263 mil hectares – no Norte,
Noroeste Fluminense e Sul do Espírito Santo –, sendo quase a metade dessa área
apenas na região de Campos.
“Esses números dão a dimensão do potencial de
desenvolvimento do agronegócio fluminense. Além da silvicultura, o Porto do Açu
será cada vez mais um ator importante no desenvolvimento de diversas cadeias
produtivas, visto que pretende atrair também unidades de produção de
fertilizantes nitrogenados, graças à oferta de gás natural na região, além de
outros insumos que serão facilitados pelo desenvolvimento da ferrovia EF 118,
ligando o Açu à malha nacional. Este conjunto de iniciativas vai ajudar a
melhorar bastante a competitividade e o desenvolvimento do agronegócio
fluminense”, destacou Antônio Carlos Celles Cordeiro, presidente CEAAB.
O potencial da silvicultura fluminense foi identificado a
partir de um termo de cooperação técnica firmado entre o Porto e a Embrapa:
considerando-se uma distância de até 150km a partir da rodoviária de São João,
foram mapeados um total de 263 mil hectares de áreas degradadas com potencial
de reflorestamento, principalmente de eucaliptos, que poderão servir de insumo
para a produção de derivados de madeira, como carvão vegetal, aço verde, pellet
de madeira e até mesmo celulose. Além disso, a floresta de eucalipto também é
uma fonte poderosa no mercado de captura e crédito de carbono. Do total, 120
mil hectares estão na região de Campos. Outras áreas ficam em São Francisco de
Itabapoana, município vizinho a Campos, e Itaperuna, no Noroeste Fluminense.
A ideia é que as madeiras sejam colhidas em florestas da
região e em seguida encaminhadas para novas indústrias a serem instaladas no
Porto. A reserva Caruara, criada e mantida pelo Porto do Açu ao lado do
complexo, poderá ainda ser utilizada como berçário de mudas para ajudar no
replantio dessas florestas. As iniciativas vêm também ao encontro do projeto de
reflorestamento do Governo do Estado, que demarcou cinco distritos florestais a
fim de apoiar as metas mundiais de redução de emissões de carbono. Com isso, a
ideia é que haja incentivos fiscais específicos para esta indústria.
Projetos a curto e longo prazo
A indústria florestal é um projeto de curto prazo do Porto
do Açu dentro do tema de energia renovável. A médio e longo prazos, existe
ainda a perspectiva de usinas solares, eólicas offshore e de hidrogênio verde.
A criação da Estrada de Ferro 118, ainda sem data definida, será sucedida pela
criação de um terminal de grãos, para ajudar a escoar a produção do centro
oeste do Brasil.
Atualmente, o Governo do Estado está em fase final para
desenvolver a Zona de Processamento de Exportação (ZPE do Açu), um condomínio
industrial com 1,7 quilômetro quadrado de área de livre comércio. Com
tratamentos tributários diferenciados, somado à futura conexão ferroviária do
Açu, o complexo portuário poderá atrair uma série de indústrias, do café ao
aço, além de incrementar as exportações e importações de outros produtos
agropecuários, como cevada. A expectativa é que a ZPE comece a ser desenvolvida
no próximo ano.
Conselho de Agronegócios da Firjan
Além da apresentação do Porto, o Conselho de Agronegócios da
Firjan contou ainda com apresentações do cenário econômico atual e perspectivas
nacionais, realizada pelo gerente de Estudos Econômicos da Firjan, Jonathas
Goulart; e sobre a nova rotulagem nutricional, feita pela consultora de
Assuntos Regulatórias da Associação Brasileira das Indústrias de Queijo (ABIQ)
e da Associação Brasileira de Laticínios (Viva Lácteos), Cristina Mosquim.
Fonte: Ascom Firjan / Norte Fluminense
0 Comentários
As opiniões aqui feitas por internautas não refletem necessariamente a opinião do Blog Paulo Roberto News.