O deputado Federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi eleito ontem (01/02)
presidente da Câmara dos Deputados para o biênio 2015-2017. Cunha ganhou a
disputa em primeiro turno, derrotando seus três oponentes por 267 votos, de um
total de 513 votantes. O deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) foi o segundo mais
votado, com 136 votos. Júlio Delgado (PSB-MG) contou com 100 votos e Chico
Alencar (Psol-RJ) teve 8 votos. Houve dois votos em branco.
Ao tomar posse, logo após ter o nome confirmado no painel de
votações do Plenário, Cunha fez questão de ressaltar que será “o presidente de
todos” e vai colocar em prática o mote de sua campanha, que foi a independência
da Casa em relação aos demais poderes. Prova disso é que já indicou como
“prioridade zero” dos próximos dias a conclusão da votação da proposta de
orçamento impositivo de emendas parlamentares (PEC 358/13) – falta votar o segundo turno.
Cunha ressaltou que vai trabalhar com as pautas de consenso dos
líderes, sem priorizar as demandas que vêm do governo. Também afirmou que a
vitória deixa para trás as possíveis sequelas de uma campanha que classificou
como “dura” e de muitos ataques. E deixou claro que a sua eleição não afeta a
governabilidade. “Somos responsáveis o suficiente para saber que o País precisa
uma estabilidade política. E que nós não vamos ter estabilidade econômica sem
estabilidade política. Não será a Presidência da Câmara que vai provocar a
instabilidade”, afirmou.
Vitória
Para o novo presidente, a vitória não pode ser creditada na conta da oposição nem de um movimento contra o governo. Para ele, o caminho que o levou à Presidência da Casa foi construído com articulação, que envolveu até governadores, e pelo anseio dos deputados por uma Casa menos atrelada às demandas do Poder Executivo.
“Na verdade, a oposição não venceu, e o governo também não. O
que aconteceu foi que a Casa venceu. Esse é o resultado do processo”, disse.
“Temos que devolver à Câmara a dimensão que ela deveria ter e que o Brasil
merece que ela tenha. O Parlamento reagiu no voto”, concluiu.
Para ele, existe um sentimento entre os deputados de que um
mesmo partido não pode controlar todos os poderes. Segundo Cunha, os ganhos
institucionais recentes do Congresso – ele citou o orçamento impositivo das
emendas e a nova interpretação do trancamento de pautas por
medidas provisórias – ocorreram quando a Presidência da Câmara estava com o PMDB,
e não com o PT.
Mesa
Com a derrota de Chinaglia, o PT, maior partido da Casa, não terá nenhum membro
na Mesa Diretora. Essa situação não ocorria desde 2005, quando
o então deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) presidiu a Câmara, mas Aldo era da base
aliada e teve apoio dos petistas.
Com a eleição de hoje, o
PMDB mantém o recorde de ser o partido que mais ocupou a Presidência da Casa:
nove vezes desde que o partido recebeu o registro eleitoral, em 1981. E Cunha
garante a permanência de um carioca ao posto máximo da Casa. Antes dele, houve
Henrique Eduardo Alves (2013-2015) – que, no entanto, fez carreira política no
Rio Grande do Norte – e Célio Borja (1975-1977), durante o regime militar.
Foto: Rodolfo Stuckert/Câmara
dos Deputados
* Com informações da Agência Câmara Notícias
Matéria publicada no Blog Paulo Roberto News dia 02/02/2015 ás 10:52h
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